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Como funciona a mente deprimida

Atualizado: 25 de abr. de 2022



A depressão tem uma mente própria, pensando em inúmeras generalizações, rotulações nos termos mais negativos (perdedor, envergonhado, humilhado). Estabelece padrões exigentes que nunca conseguirá satisfazer. Pode pensar que precisa da aprovação de todos, ou que precisa se sobressair em tudo o que faz, ou saber com certeza que algo vai dar certo antes mesmo de tentar. O seu pensamento o mantém aprisionado na autocrítica, afinal de onde vem toda essa negatividade? A resposta vem da nossa evolução da depressão como adaptação.


Teoria da evolução


Segundo a teoria da evolução nossos antigos ancestrais perambulando pelas florestas há 100 mil anos, no qual havia ameaças de outras tribos, o alimento era escasso e o inverno se aproximava. Que tipo de mentalidade faria sentido? O que faria sentido é um tipo de “pessimismo estratégico”, No contexto da escassez e ameaça, é mais prudente assumir que os recursos são poucos e que a energia deve ser poupada, proteger-se contra a privação dessa maneira não é diferente daquilo que os animais fazem quando hibernam. A natureza está usando os “sintomas depressivos” de inatividade e de isolamento, de ocultação e de conservação para se proteger contra a privação que está por vir.


Como pensam as pessoas deprimidas


Pessoas deprimidos tendemos a ter uma visão negativa de si mesmos, de suas experiências e de do futuro. Chamamos isso de “a tríade negativa”, o que fazem parece um fracasso ou um “fiasco”. Mesmo quando alguém assinala seus aspectos positivos, descartam como irrelevantes: “Isso não é nada demais – qualquer um pode fazer isso”. Esses pensamentos negativos levam à depressão, a mantêm e a prolongam e, normalmente, são o resultado da depressão. O importante é capturá-los, testá-los e modificá-los. Em terapia cognitiva, chamamos tais vieses de “pensamentos automáticos”. Existem pensamentos automáticos que chegam até você espontaneamente; eles lhe parecem plausíveis e verdadeiros e estão associados a sentir-se deprimido distorcendo a forma como você pensa sobre si mesmo e sobre suas experiências.


As pessoas que têm tendência à depressão com frequência se lembram dos eventos em termos vagos e extremamente gerais. Em vez de recordar detalhes específicos de um acontecimento ou um período de tempo, podem dizer: “Isso foi meio deprimente e difícil. As coisas não estavam indo bem”. As pessoas com menor tendência à depressão se recordam de detalhes e aspectos específicos. Por que isso é importante? Se a sua experiência é estruturada em termos vagos e excessivamente gerais, você terá dificuldade em especificar como resolver um problema.


A ruminação também está associada na mente depressiva, quando rumina ela foca em experiências negativas emperrada nos aspectos negativo, sendo passivo, isolado e ineficaz. Quando não está ruminando, consegue fazer planos, fazer as coisas e se sentir eficaz, o que é muito bom. Esse estilo de pensamento é um fator importante ao torná-lo mais vulnerável a ficar e permanecer deprimido.


As pessoas que ruminam não suportam a incerteza, a injustiça ou o fato de não estarem no controle. Elas imaginam que, se continuarem pensando sobre um problema, finalmente irão encerrá-lo, descobrir a “verdadeira razão” e obter algum controle. É claro que isso não funciona, o que faz com que elas pensem que precisam ruminar um pouco mais.

Que coisas gratificantes que vivenciaram no passado, que hoje sua mente deprimida não permite que você faça? Pense sobre isso. Infelizmente, a depressão pode reduzir o seu prazer em atividades das quais costumava desfrutar. Essa é uma consequência natural da depressão.


O importante é lembrar que, quanto mais você realizar essas atividades, mais o prazer aumentará. É como investir um pouco todos os dias para receber um pagamento maior posteriormente. É difícil se sentir deprimido quando você pensa, age e sente de uma forma diferente.


Outra fonte de depressão se deve a eventos desagradáveis na vida. Eles podem ser conflitos frequentes com o seu parceiro, dificuldades no trabalho, problemas na ida e na volta do trabalho, longas horas extras ou algo que pareça desagradável. Liste e busque outras alternativas, outro fator que afeta sua depressão é o grau em que você se sente eficiente ou competente para fazer algo, e sentir-se eficiente é um antídoto poderoso contra a depressão.


Uma boa maneira de descobrir como seu prazer e sua eficiência mudam (de acordo com o que você está fazendo e da pessoa com quem você está) é observar o seu humor por vários dias. Isso pode parecer uma sobrecarga, mas revelará algumas tendências importantes, depois de ter feito registros por cerca de uma semana, você pode revisá-los para ver quais atividades são prazerosas, quais estão associadas a sentir-se eficiente e quais são “deprimentes”.


Faça uma lista das atividades “que animam” e “que deprimem” e aumente as primeiras enquanto diminui as últimas. O Autoconhecimento também auxiliar no processo da depressão, aumentando seu comportamento de recompensa e ao estímulo do seu prazer e da eficácia como antídotos poderosos para muitos aspectos da depressão.


Base teórica e técnicas descritas nesse podcast está sendo baseada nos livros "Vença a depressão antes que ela vença você" do autor Robert L. Leahy e Depressão: Causas e tratamento de Aaron T. Beck, Brad A. Alford.

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